Em Setembro de 2005, pouco antes de falecer, tivemos uma tertúlia sobre gastronomia. Era inevitável, o Dr. Júlio adorava falar de comida. Falamos que estávamos já muito perto da temporada de caça. Recordo que me dizia:
“Ó Guterres!…Valença é muita rica gastronomicamente! Temos cada petisco! Logo chega a lampreia, o sável e o salmão cá do nosso rio Minho; é único!…”.
Falamos da Feira dos Santos, das castanhas e dos pericos. O Dr. Júlio Evangelista adorava todos os petiscos culinários da sua terra. Tinha uma noção muito concreta de tudo o que cá se cozinhava bem, e os restaurantes onde os comer! Era um bom gastrónomo e tinha um carinho incondicional por Valença.
Dias depois de nos termos encontrado, o seu chauffer veio entregar-me um envelope grande com alguns dos seus livros: “O Sr. Dr. manda estes livros”.
Não voltei a estar com o Dr. Júlio nem tive oportunidade de agradecer-lhe porque, passados poucos dias, faleceu inesperadamente.
Guardo-os como recordação, mas também foram para mim o assumir de um compromisso ao apelo que o Dr. Júlio me fez na dedicatória do seu livro “Poesia 1943-1990”, onde me faz a seguinte recomendação: